A mais antiga competição continental do Mundo criou, ao longo do século, lendas e histórias que ainda hoje fazem parte do imaginário da América do Sul. Sempre foi uma prova dominada pela língua espanhola, cujo predomínio só por cinco vezes foi interrompido, pelo futebol brasileiro. Eis uma pequena compilação de alguns momentos relevantes:
PRIMEIRO CAMPEÃO -- Para comemorar o centenário da independência do país, a Associação Argentina de Futebol convidou as outras três associações existentes na América do Sul, Uruguai, Brasil e Chile. Em disputa ainda não estava a "Copa", a Taça que seria o troféu a conquistar a partir da edição seguinte, em 1917. O Uruguai venceu o torneio, hoje denominado "extraordinário", e um jogador negro brilhou mais que todos: Isabelino Gradín, recordista sul-americano dos 200 e 400 metros
RIVALIDADE -- Os anos 20 e 30 viveram uma intensa rivalidade entre Uruguai e Argentina. Uma final da Copa América entre ambos equivalia a uma final de um Mundial. Em 1924 e 1928, a "celeste" sagrou-se campeã olímpica, batendo os rivais na segunda final, acontecendo o mesmo em 1930, no Mundial. Em 1934, a Itália conquistou o Mundial com a ajuda valiosa de quatro estrelas argentinas, entretanto naturalizadas (Orsi, Monti, Guaita e Demaría). Os melhores jogadores do Mundo chamavam-se José Nasazzi, Andrade (a "maravilha negra", na foto), Scarone (Uruguai), Ferreira, Seoane e Tesoriere (Argentina)
RECORDE DE GOLOS -- Depois de 27 anos de ausência, a Copa regressou ao Brasil, em 1949. A canarinha venceu o certame marcando 39 golos em 8 jogos, numa incrível média de 4,87 por jogo, jamais igualada. Tesourinha, Zizinho, Ademir, Jair e Simão compunham a linha avançada goleadora. Fantástico: o Brasil perdeu com o Paraguai por 2-1 e, três dias depois, na finalíssima, vingou-se com... 7-0
POR UMA VEZ... PELÉ -- O "rei" Pelé apenas disputou uma Copa América. Em 1959, na ressaca vitoriosa do Mundial da Suécia, em 1958, o Brasil surgiu como favorito, já que chamou os principais craques ao certame: Pelé, Garrincha, Didi, Zagallo... Dois empates haveriam de "trair" a canarinha e a vitória sorriu ao país organizador, a Argentina. Mas Pelé deixou a sua marca e sagrou-se goleador da prova, com oito golos, aos 18 anos
BOLÍVIA CAMPEÃ -- Em 1963, a Bolívia chegou-se à frente para organizar a prova e recebeu a recompensa. Pela primeira vez, o troféu fugiu às mãos dos países mais cotados. O Brasil apresentou uma selecção estadual, o Uruguai não participou e a Argentina surgiu com novas caras. Ainda assim, um feito histórico. Na foto, o ídolo Ramiro Blacutt é levado em ombros, após a sensacional vitória ante a Argentina
BEM VINDO, SOTIL -- Em 1975, a Copa surgiu com um novo sistema, sem sede fixa. Venceu o fantástico Perú de Cubillas, Chumpitaz, Meléndez, Cueto, Rojas e "Cachito" Ramírez. Mas, durante toda a campanha, faltou um nome: Hugo Sotil, estrela do Barcelona de Espanha ao lado de Cruyff. O clube catalão só autorizou a sua dispensa para o jogo final, com a Colômbia. Sotil chegou, marcou e deu a Taça ao Perú. Na foto, Cubillas abraça o herói
"PORTUGUESES" -- O Brasil recebeu a prova em 1989, com o pretexto de comemorar o 75º aniversário da CBF. A partir desta data, a Copa passaria a disputar-se de dois em dois anos. A campeã mundial Argentina era a favorita, mas a canarinha chamou os seus melhores jogadores para não desiludir o seu público. E ganhou, com alguns "portugueses" na equipa: Ricardo Gomes (capitão), Silas, Valdo, Aldair e Branco. Bebeto e Romário formaram uma dupla terrível (antecipação de 1994) e a final disputou-se num Maracanã cheio, ante o Uruguai. O fantasma de 1950 foi "morto" com um golo solitário do "Baixinho"
MARADONA SEM COROA -- Como Pelé, Maradona nunca ganhou a Copa. "El Pibe" participou em três: 1979, 1987 e 1989. Se, na primeira, era ainda um miúdo-prodígio, nas outras surgiu como favorito, mas nunca brilhou à sua altura, muito por culpa do cansaço de fim de época. O colombiano Valderrama foi considerdado o melhor do certame desse ano, na primeira das seis Copas que disputou.
Curiosidades:
Seleção mais vezes campeã: Argentina e Uruguai (14)
Futebolista com mais títulos: Angel Romano (Uruguai), 5 (1916, 1917, 1919, 1920 e 1921)
Futebolista com mais torneios: Angel Romano (Uruguai), 8 (1916, 1917, 1919, 1920, 1921, 1922, 1924 e 1926). Em 2001, Alex Aguinaga (Equador) registou a sua 7.ª participação (1987, 1989, 1991, 1993, 1995, 1999 e 2001).
Mais jogos disputados: Sergio Livingstone (Chile), 34 (1941, 1942, 1945, 1946, 1947, 1949 e 1953); Zizinho (Brasil), 34 (1942, 1945, 1946, 1949, 1953 e 1957)
Partida mais longa: Brasil-Uruguai, 1-0, finalíssima de 1919. Jogaram-se 150 minutos, 90 regulamentares e dois prolongamentos de 30 cada.
Maior goleada: Argentina-Equador, 12-0, em 1942, Montevideo.
Festival de golos: Brasil-Chile, 6-4, em 1937, Buenos Aires.
"Parenteses": Fenomenal goleador paraguaio Delfin Benitez Cáceres. Jogou em duas Copas, em 1929 e 1946, 17 anos mais tarde.
Jogador recorde: Hugo Sotil (Perú). Jogou um só jogo, a final de 1975. O Barcelona de Espanha, depois de muita conversação, lá o cedeu para esse confronto. Marcou o único golo da partida e o Perú foi campeão.
A grande façanha: Paraguai, em 1949. O Brasil, ante o seu público, ganhara os seis primeiros jogos, marcando 38 golos (6,33 por jogo). No campo do Vasco da Gama, o Paraguai venceu por 2-1. Ambos ficaram empatados em pontos e jogou-se uma finalíssima: o Brasil "enfiou" 7-0 aos paraguaios.
Grandes surpresas: Paraguai-Uruguai, 3-0, em 1929, Buenos Aires. Os uruguaios, bicampeões olímpicos, jogaram contra 10 a partir dos 12 minutos, quando se lesionou o defesa paraguaio Viccini. quando não havia substituições. Outra: EUA-Argentina, 3-0, em 1995.
Torneio mais longo: Brasil 1949, com 29 jogos em 39 dias. Também é a edição com mais golos marcados (135).
Primeiro golo: José Piendibene (Uruguai), a Manuel Guerrero (Chile), a 2 de julho de 1916.
Mais golos: Brasil, em 1949. Marcou 48 em 8 jogos (5,75 por jogo).
Maior assistência: 170 mil no Maracanã, na final de 1989, a 16 de julho (Brasil-Uruguai, 1-0).
Mérito: Quatro dos onze países que a enfrentaram em 83 anos de Copa nunca venceram a Argentina. São Chile, Paraguai, Equador e Venezuela.
Vantagem: Uruguai, sobre os demais participantes, em número de vitórias, com excepção do México, com quem jogou quatro vezes, empatando duas e perdendo outras duas (em 2001 e 2007).
Cinco golos: Só quatro jogadores marcaram cinco golos num jogo. Foram Hector Scarone (Uruguai-Bolívia, 6-0), em1926; Juan Marvezzi (Argentina-Equador, 6-1), em 1941; José Manuel Moreno (Argentina-Equador, 12-0), em 1942; Evaristo de Macedo (Brasil-Colômbia, 9-0), em 1957.
PRIMEIRO CAMPEÃO -- Para comemorar o centenário da independência do país, a Associação Argentina de Futebol convidou as outras três associações existentes na América do Sul, Uruguai, Brasil e Chile. Em disputa ainda não estava a "Copa", a Taça que seria o troféu a conquistar a partir da edição seguinte, em 1917. O Uruguai venceu o torneio, hoje denominado "extraordinário", e um jogador negro brilhou mais que todos: Isabelino Gradín, recordista sul-americano dos 200 e 400 metros
RIVALIDADE -- Os anos 20 e 30 viveram uma intensa rivalidade entre Uruguai e Argentina. Uma final da Copa América entre ambos equivalia a uma final de um Mundial. Em 1924 e 1928, a "celeste" sagrou-se campeã olímpica, batendo os rivais na segunda final, acontecendo o mesmo em 1930, no Mundial. Em 1934, a Itália conquistou o Mundial com a ajuda valiosa de quatro estrelas argentinas, entretanto naturalizadas (Orsi, Monti, Guaita e Demaría). Os melhores jogadores do Mundo chamavam-se José Nasazzi, Andrade (a "maravilha negra", na foto), Scarone (Uruguai), Ferreira, Seoane e Tesoriere (Argentina)
RECORDE DE GOLOS -- Depois de 27 anos de ausência, a Copa regressou ao Brasil, em 1949. A canarinha venceu o certame marcando 39 golos em 8 jogos, numa incrível média de 4,87 por jogo, jamais igualada. Tesourinha, Zizinho, Ademir, Jair e Simão compunham a linha avançada goleadora. Fantástico: o Brasil perdeu com o Paraguai por 2-1 e, três dias depois, na finalíssima, vingou-se com... 7-0
POR UMA VEZ... PELÉ -- O "rei" Pelé apenas disputou uma Copa América. Em 1959, na ressaca vitoriosa do Mundial da Suécia, em 1958, o Brasil surgiu como favorito, já que chamou os principais craques ao certame: Pelé, Garrincha, Didi, Zagallo... Dois empates haveriam de "trair" a canarinha e a vitória sorriu ao país organizador, a Argentina. Mas Pelé deixou a sua marca e sagrou-se goleador da prova, com oito golos, aos 18 anos
BOLÍVIA CAMPEÃ -- Em 1963, a Bolívia chegou-se à frente para organizar a prova e recebeu a recompensa. Pela primeira vez, o troféu fugiu às mãos dos países mais cotados. O Brasil apresentou uma selecção estadual, o Uruguai não participou e a Argentina surgiu com novas caras. Ainda assim, um feito histórico. Na foto, o ídolo Ramiro Blacutt é levado em ombros, após a sensacional vitória ante a Argentina
BEM VINDO, SOTIL -- Em 1975, a Copa surgiu com um novo sistema, sem sede fixa. Venceu o fantástico Perú de Cubillas, Chumpitaz, Meléndez, Cueto, Rojas e "Cachito" Ramírez. Mas, durante toda a campanha, faltou um nome: Hugo Sotil, estrela do Barcelona de Espanha ao lado de Cruyff. O clube catalão só autorizou a sua dispensa para o jogo final, com a Colômbia. Sotil chegou, marcou e deu a Taça ao Perú. Na foto, Cubillas abraça o herói
"PORTUGUESES" -- O Brasil recebeu a prova em 1989, com o pretexto de comemorar o 75º aniversário da CBF. A partir desta data, a Copa passaria a disputar-se de dois em dois anos. A campeã mundial Argentina era a favorita, mas a canarinha chamou os seus melhores jogadores para não desiludir o seu público. E ganhou, com alguns "portugueses" na equipa: Ricardo Gomes (capitão), Silas, Valdo, Aldair e Branco. Bebeto e Romário formaram uma dupla terrível (antecipação de 1994) e a final disputou-se num Maracanã cheio, ante o Uruguai. O fantasma de 1950 foi "morto" com um golo solitário do "Baixinho"
MARADONA SEM COROA -- Como Pelé, Maradona nunca ganhou a Copa. "El Pibe" participou em três: 1979, 1987 e 1989. Se, na primeira, era ainda um miúdo-prodígio, nas outras surgiu como favorito, mas nunca brilhou à sua altura, muito por culpa do cansaço de fim de época. O colombiano Valderrama foi considerdado o melhor do certame desse ano, na primeira das seis Copas que disputou.
Curiosidades:
Seleção mais vezes campeã: Argentina e Uruguai (14)
Futebolista com mais títulos: Angel Romano (Uruguai), 5 (1916, 1917, 1919, 1920 e 1921)
Futebolista com mais torneios: Angel Romano (Uruguai), 8 (1916, 1917, 1919, 1920, 1921, 1922, 1924 e 1926). Em 2001, Alex Aguinaga (Equador) registou a sua 7.ª participação (1987, 1989, 1991, 1993, 1995, 1999 e 2001).
Mais jogos disputados: Sergio Livingstone (Chile), 34 (1941, 1942, 1945, 1946, 1947, 1949 e 1953); Zizinho (Brasil), 34 (1942, 1945, 1946, 1949, 1953 e 1957)
Partida mais longa: Brasil-Uruguai, 1-0, finalíssima de 1919. Jogaram-se 150 minutos, 90 regulamentares e dois prolongamentos de 30 cada.
Maior goleada: Argentina-Equador, 12-0, em 1942, Montevideo.
Festival de golos: Brasil-Chile, 6-4, em 1937, Buenos Aires.
"Parenteses": Fenomenal goleador paraguaio Delfin Benitez Cáceres. Jogou em duas Copas, em 1929 e 1946, 17 anos mais tarde.
Jogador recorde: Hugo Sotil (Perú). Jogou um só jogo, a final de 1975. O Barcelona de Espanha, depois de muita conversação, lá o cedeu para esse confronto. Marcou o único golo da partida e o Perú foi campeão.
A grande façanha: Paraguai, em 1949. O Brasil, ante o seu público, ganhara os seis primeiros jogos, marcando 38 golos (6,33 por jogo). No campo do Vasco da Gama, o Paraguai venceu por 2-1. Ambos ficaram empatados em pontos e jogou-se uma finalíssima: o Brasil "enfiou" 7-0 aos paraguaios.
Grandes surpresas: Paraguai-Uruguai, 3-0, em 1929, Buenos Aires. Os uruguaios, bicampeões olímpicos, jogaram contra 10 a partir dos 12 minutos, quando se lesionou o defesa paraguaio Viccini. quando não havia substituições. Outra: EUA-Argentina, 3-0, em 1995.
Torneio mais longo: Brasil 1949, com 29 jogos em 39 dias. Também é a edição com mais golos marcados (135).
Primeiro golo: José Piendibene (Uruguai), a Manuel Guerrero (Chile), a 2 de julho de 1916.
Mais golos: Brasil, em 1949. Marcou 48 em 8 jogos (5,75 por jogo).
Maior assistência: 170 mil no Maracanã, na final de 1989, a 16 de julho (Brasil-Uruguai, 1-0).
Mérito: Quatro dos onze países que a enfrentaram em 83 anos de Copa nunca venceram a Argentina. São Chile, Paraguai, Equador e Venezuela.
Vantagem: Uruguai, sobre os demais participantes, em número de vitórias, com excepção do México, com quem jogou quatro vezes, empatando duas e perdendo outras duas (em 2001 e 2007).
Cinco golos: Só quatro jogadores marcaram cinco golos num jogo. Foram Hector Scarone (Uruguai-Bolívia, 6-0), em1926; Juan Marvezzi (Argentina-Equador, 6-1), em 1941; José Manuel Moreno (Argentina-Equador, 12-0), em 1942; Evaristo de Macedo (Brasil-Colômbia, 9-0), em 1957.
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