sexta-feira, 15 de julho de 2011

Porque o futebol feminino não é tão legal de assistir quanto o masculino?


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Tem gente que não sabe explicar porque, mas a maioria das pessoas considera o futebol feminino bem menos atraente do que o masculino. Veja a Copa do Mundo Feminina, passada na televisão há pouco. Você sentiu a mesma emoção quando torceu do que assistindo a Copa América, acontecendo agora, da seleção masculina, por exemplo? (Ok, infeliz exemplo, já que o “Brasil masculino” não tá fazendo grande coisa – e olha que o feminino pelo menos chegou na semi, embora tenha perdido pros EUA).

Porque será que ele é menos atraente? Alguns argumentam que o futebol feminino não é tão interessante aos espectadores quanto o masculino porque os homens são maiores e mais fortes. Você vê mais atletismo! Mais músculos! Mais grunhidos, sombras e tatuagens questionáveis!

Mas há outra característica, menos desejável, que os jogadores de futebol do sexo masculino apresentam com muito mais frequência do que jogadoras de futebol feminino: cair.

Para o fã de futebol, aquela “simulação” básica de falta que acontece quando um jogador finge ser ferido para cavar uma vantagem é simplesmente parte constante do jogo. Estratégia muito usada, alguns jogadores como Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, ou mesmo Neymar, do Santos, e Jorge Henrique, do Corinthians, entre outros, já ganharam fama de “cai-cai”.

Existem dezenas de tributos amorosos ao teatro do famoso futebol internacional do sexo masculino, e a maioria dos fãs aceita esse teatro como uma parte um pouco chata, mas às vezes cômica do jogo.

De acordo com um estudo, jogadoras de futebol, embora não totalmente imunes ao canto de sereia do mergulho estratégico, caem com muito menos frequência do que suas contrapartes masculinas.

O estudo revisou vídeos de 47 jogos entre 2003 e 2007 de Copas do Mundo Femininas e comparou as taxas de lesão com jogos masculinos em torneios regionais. As lesões aparentes foram divididas em duas categorias: foram consideradas “definitivas” se um jogador foi substituído no prazo de cinco minutos ou estava visivelmente sangrando, caso contrário, as lesões foram consideradas “questionáveis”.

Os pesquisadores descobriram que uma média de 11,26 lesões aparentes ocorreu em partidas de homens, comparado com 5,74 em partidas de mulheres. Aquelas consideradas “definitivas” envolveram 13,7% das lesões femininas e 7,2% das masculinas. Elas se machucam mais, e fingem menos.

Por quê? Existem algumas teorias a respeito. Uma delas é que o futebol feminino não tem a história do masculino, e, assim, as mulheres têm menos tempo para entender e explorar as regras do jogo.

Pode não haver muitas “cai-cai” por aí, mas dê tempo para as senhoras. A história da humanidade tem nos ensinado que as mulheres, quando dada a oportunidade, podem agir tão desonestamente quanto os homens.

Outra teoria é que as mulheres valorizam a integridade do esporte mais do que os homens, já que o futebol masculino é uma indústria mais do que multibilionária global e os jogadores, portanto, têm que fazer de tudo para preservar seus contratos também multibilionários.

Também, homens são mais velozes, mais pesados, maiores, há mais contato físico e, portanto, mais oportunidade de cair. Até a física deve assumir que dois objetos mais massivos criam impacto maior. Claro que algumas fingidas masculinas não nascem em nenhum contato, mas qualquer chance convincente de cair no chão é bem-vinda aos jogadores.

Sem essas experiências irônicas e teatrinhos, o futebol feminino é mais simplesmente futebol. Seria entediante de assistir?

 
Com a devida venia a Jezebel

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